A dança como meio de força de expressão da vida humana.
Nos primórdios da humanidade a dança era uma forma de se reverenciar os deuses ancestrais, pedir sorte na caça entre outros. A partir de agora vamos embarcar na viagem rumo ao desconhecido e fascinante da dança.
A dança como expressão de comunicação e espontaneidade humana, remota a idade pré-histórica . A dança é uma das três principais artes da Antiguidade, ao lado do teatro e da musica. Caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos(coreografia) ou improvisados (dança livre).
A Dança pode ser considera como uma das atividades artísticas mais complexas. Para visualizar e constatar seus fatos é necessário voltar no tempo, visto que os primeiros registros de movimentos do corpo humano (de expressões corporais) – datam de mais de 14.000 anos atrás. Historiadores que tanto se ocuparam com a era pré-histórica, de forma macro do assunto, deixaram em segundo plano a questão do movimento corporal usado na época. Só no século XX, época em que a dança passa a ser pesquisada como uma das mais importantes manifestações humanas em aspectos sociais, religiosos, culturais, entre outros. É neste momento que o estudo sobre o tema começou a ser aprofundado, utilizando-se de documentos iconográficos para mapear tanto a sua origem como a sua função.
Pré-História
O homem pré-histórico, da era Paleolítica, era caçador(ou se preferirem – predador). A sua subsistência era mantida através de caça, pesca e coleta. O homem era lançado ao destino e os animais, objetos de sua caça eram difíceis de serem vencidos. Os segundos propiciavam sua sobrevivência ao fornecerem o alimento, a pele para suas roupas, o couro para os calçados e os chifres para a manufatura de instrumentos de trabalho e caça. O homem Paleolítico vivia em função dos animais e, portanto, a sua Dança se referia a eles e depois aos Deuses.
Supõem -se através dos registros, ainda em número pouco significativo, que sua Dança era um ato ritual. Figuras encontradas nas paredes de cavernas e grutas, que datam de até 1000 anos aC que podem representar ancestrais de dançarinos . Um exemplo disso é a figura encontrada na parede da gruta Gabillou na Dordonha, perto de Mussidan ,na França.
As cerimônias de cunho ritual e religioso combinavam dança, música e dramatizações, provavelmente desempenharam um papel importante na vida do homem pré-histórico.
Estas cerimônias devem ter sido realizadas para reverenciar os deuses e pedir-lhes mais sucesso nas caçadas e lutas. As danças também podiam realizar-se por outras razões: como nascimento, curar um enfermo ou lamentar uma morte. Pelas várias as formas de dança de um povo podem revelar muita coisa sobre seu modo de vida, valores entre outros fatos interessantes sobre aquela população em questão.
A dança na época dos homens pré históricos – Ritualística e cerimonial
Idade Antiga
Tanto as danças sagradas como as profanas existiam na Antiguidade, principalmente nas regiões junto ao mar do Mediterrâneo e no Oriente Médio. As pinturas, esculturas e escritos do antigo Egito fornecem informações sobre os primórdios da dança egípcia. Este povo dedicava-se principalmente à agricultura, por isso suas festas religiosas mais importantes se concentravam em danças para homenagear Osíris, o deus da vegetação. A dança também servia como entretenimento. Os escravos, por exemplo, dançavam para divertir as famílias ricas e seus convidados.
Os gregos antigos consideravam a dança essencial para a educação, para o culto e para o teatro. O filósofo grego Platão aconselhava que todos os cidadãos gregos aprendessem a dançar para desenvolver o autocontrole e o desembaraço na arte da guerra. Danças com armas faziam parte da educação dos jovens de Atenas e Esparta. Danças sociais eram realizadas em ocasiões festivas.
As danças religiosas desempenharam importante papel no nascimento do teatro grego. No século IV a.C., peças de teatro chamadas tragédias tiveram origem numa cerimônia de hinos e danças em homenagem a Dionísio, o deus do vinho. A emélia, uma dança cheia de dignidade executada nas tragédias, compreendia uma série de gestos conhecidos. Um bailarino experiente podia relatar todo o enredo da peça através desses gestos. As peças humorísticas chamadas sátiras, e as comédias gregas, incluíam músicas alegres.
Ninfas dançando com o deus grego Apolo.
Quando os romanos conquistaram a Grécia, em 197 a.C., tinham adquirido grande parte da cultura grega, inclusive a dança. Os artistas romanos dançavam ao mesmo tempo que faziam números de acrobacia e mágica. Alguns romanos importantes, apesar da popularidade da dança, a desaprovavam. Cícero, o famoso orador dizia: “Nenhum homem dança, a menos que esteja louco ou embriagado”.
Muitas tribos da América do Norte dançavam para pedir chuvas e uma boa colheita. Várias danças religiosas ainda são realizadas atualmente.
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Quadro com dança ritualistica dos aborígines australianos
Na Austrália, algumas tribos de aborígenes seguem o antigo costume de imitar os gestos da caça durante uma dança religiosa realizada antes da caçada.
Em alguns vilarejos ingleses, as crianças dançam em torno de um mastro com fitas numa festa para celebrar a chegada da primavera, no dia 1 de maio. Esse costume vem das antigas danças religiosas dos romanos, que dominavam a Inglaterra do ano 43 d.C. até princípios do século V. No dia 1 de maio os romanos cultuavam Flora, a deusa romana da primavera, dançando em torno de um mastro enfeitado com flores
Idade Média
Durante a Idade Média, aproximadamente do século V até o século XIV, o cristianismo tornou-se a força mais influente na Europa. Foram proibidas as danças teatrais, por representantes da Igreja, pois algumas delas apresentavam movimentos muito sensuais. Mas os dançarinos ambulantes continuaram a se apresentar nas feiras e aldeias mantendo a dança teatral viva. Em torno do século XIV, as associações de artesãos promoviam a representação de elaboradas peças religiosas, nas quais a dança era uma das partes mais populares.
Quando ocorreu a peste negra, uma epidemia que causou a morte de um quarto da população, o povo cantava e dançava freneticamente nos cemitérios; eles acreditavam que essas encenações afastavam os demônios e impediam que os mortos saíssem dos túmulos e espalhassem a doença. Isto ocorreu no século XIV.
Dança funebre – O medo da Peste Negra
Durante toda a Idade Média, os europeus continuaram a festejar casamentos, feriados e outras ocasiões festivas com danças folclóricas, como a dança da corrente, que começou com os camponeses e foi adotada pela nobreza, numa forma mais requintada, sendo chamada de carola. No final da Idade Média a dança tornou-se parte de todos os acontecimentos festivos.
Renascimento
A Renascença, que começou na Itália em torno de 1300 e espalhou-se por quase toda a Europa, por volta de 1600, foi um período de grande desenvolvimento cultural. Na Itália, os nobres contratavam mestres de dança profissionais para criar espetáculos de corte que incluíam danças chamadas balli ou balletti. Compositores importantes compunham a música e artistas de grande talento, inclusive Leonardo da Vinci, criavam as roupas e efeitos especiais, para os membros da corte poderem oferecer espetáculos uns aos outros.
Catarina de Médicis, membro da família que governava Florença, na Itália, tornou-se rainha da França em 1547,e levou para a corte francesa a dança e os espetáculos italianos. Para um casamento real em 1581, Catarina contratou um grupo de artistas italianos para ir a Paris e criar o magnífico Balé Cômico da Rainha, que pode ser considerado a primeira forma de balé. Ela foi muito imitada em toda a Europa.
Além de produzir espetáculos, os mestres de dança ensinavam danças sociais à nobreza, como por exemplo a saltitante galharda, a solene pavana e a alegre volta. A dança tinha também um significado filosófico durante a Renascença: muitas pessoas acreditavam que a harmonia de movimentos da dança refletia a harmonia no governo, na natureza e no universo.
O Rei Luís XIV da França, que viveu de 1638 a 1715, incentivou muito o desenvolvimento do balé. Seu apoio às artes tornou a França, o centro cultural da Europa. Ele próprio dançou entusiasticamente, durante 20 anos, nos balés da corte. Um dos seus papéis favoritos, o de Apolo, deus grego do sol, deu-lhe o apelido famoso de “Rei Sol”.
Em seu reinado, o balé veio a ter seus próprios intérpretes profissionais e a seguir um sistema formal de movimentos. Aos poucos, os bailarinos foram se transferindo da corte para ao teatro. O teatro tinha um arco de proscênio, que emoldurava o palco e os separava do público.
Balé na idade média/ epoca renascentista
Idade Moderna
A dança, desde 1900, vem apresentando uma grande variedade de estilos e muitas formas experimentais, que começaram com a dança moderna, baseada na liberdade de movimentos e expressão. Atualmente, os estilos de balé incluem elementos de jazz, dança moderna e rock.
A dança teatral obteve o seu maior sucesso comercial nos filmes e comédias musicais.
Grande número de novas danças populares surgiram e desapareceram no século XX. Em torno de 1900, surgiu o cadewalk, com seus passos altivos e pomposos. Alguns anos mais tarde, surgiu o tango, depois o charleston (1920), nas décadas de 1930 e 1940 dançava-se o jitterbug e o swing. Surgiu então o rock’n roll em meados de 1950 e com o seu surgimento, os estilos de dança popular tornaram-se mais desenvoltos. Nas décadas de 1960 e 1970, os negros criaram o twist, o hustle e muitas outras danças que os brancos adotaram com entusiasmo. Nestes últimos tipos de dança, os pares dançam juntos e obedecem a uma seqüência marcada de passos. A dança é uma forma de arte que cresce a cada dia, sempre e em todo lugar estão surgindo novas danças, novos ritmos e novas combinações de passos.
A dança contemporânea é tudo aquilo que se faz hoje dentro dessa arte, não importa o estilo, procedência, objetivos nem a forma. Para ser contemporâneo não é preciso buscar novos caminhos. São contemporâneos tanto os coreógrafos que usam a técnica de Balanchine ou Béjart, como os que se inspiram em Martha Graham; eles se inspiram em qualquer fonte: sua visão pessoal, a literatura e suas observações.
A dança caminha ao lado da humanidade e de seus progressos, há uma grande riqueza à disposição do público, desde as grandes obras românticas até o modernismo, passando pelas danças folclóricas e as religiosas. Não é mais uma arte de elite mas se transformou num meio de diversão de todas as classes, já que é apresentada além do teatro, em televisão, cinemas e praças.
Trabalho elaborado por Ozéas Ferreira da Costa
Curso História da Arte – UFRJ
Campus: Fundão
Professora: Aline Couri
Bibliografia:
http://www.edukbr.com.br/artemanhas/danca_pre.asp
http://www.historiadetudo.com/danca.html
http://ceciliabazzottihistoriadanca.blogspot.com.br/2012/05/danca-da-pre-historia-e-contexto.html
http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=13902
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